Lajes em balanço, construções elevadas e vãos livres deixam a brisa atravessar com folga este resort no sul da Bahia. Graças à implantação peculiar do hotel, ao uso de aquecimento solar e ao tratamento de efluentes, a área segue preservada
Só a palavra resort já sugere uma série de confortos. Mas, antes de mimar seus convidados, o Makenna Resort, localizado entre Ilhéus e Itacaré, no litoral sul da Bahia, abraçou como meta a preservação do ecossistema local. Vencedor do prêmio O Melhor da Arquitetura 2010, promovido pela revista ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, na categoria Hotelaria, o projeto dos arquitetos Monica Drucker e Ruben Otero teve como ponto de partida o empreendedorismo do alemão Thilo Scheuermann, que arrematou uma gleba de 50 hectares numa reserva ambiental de mata Atlântica protegida pela Unesco e pelo Ibama.
"Na Alemanha, participei dos movimentos ecológicos dos anos 70 e 80 e organizei protestos locais contra projetos desastrosos para a natureza", conta o proprietário, que desde 2005 mora no local. Sua premissa de erguer um resort sustentável combinou com a filosofia do escritório paulista de arquitetura, que sempre teve preocupações ambientais. "A taxa de ocupação do terreno é de apenas 10%. E dele não se podia retirar nenhuma árvore. Procuramos os espaços vazios para inserir as edificações", conta Monica, que se refere a bangalôs, spa e clube com restaurante e salas de lazer, além do bloco de serviços e da casa do proprietário. Depois do quebra-cabeça que resultou na implantação certeira, outro destaque do projeto são suas linhas com um quê modernista, eleitas com base em critérios bem definidos: "A horizontalidade do conjunto faz com que a arquitetura promova uma série de relações visuais com a natureza", comenta Monica. Janelas que se abrem por completo e painéis de vidro dão a sensação de não haver barreiras para vivenciar o encontro entre céu, mar e verde. Elevadas do solo, as construções ficam livres da umidade e têm piso fresco.
Além de respeitar a vegetação rasteira na faixa de areia junto da praia, o recurso permite fazer a manutenção da parte hidráulica por baixo, sem quebrar pisos. Com ventilação cruzada abundante, que suaviza o calor de 40 °C comum na região, todos os blocos são cobertos por uma laje nervurada com 30 cm de poliestireno expandido (EPS) entre o sanduíche de concreto, o que amplia ainda mais o conforto térmico. O concreto selecionado para a obra tem resistência maior e recebeu aplicação de fibras de carbono na superfície, material de última geração. Assim, aguenta melhor o desgaste da maresia. "Isso aumenta seu ciclo de vida, que na versão comum já é de 200 anos", ensina a arquiteta. Em relação ao funcionamento, o resort conta com dois fortes aliados, o uso de placas solares no aquecimento de água e sistemas de biodigestores para tratar o esgoto. O dono do hotel também tem parceria com a ONG Floresta Viva, que fornece verduras e legumes orgânicos cultivados por agricultores locais para abastecer as refeições servidas neste paraíso tropical com feições modernas
BIODIGESTORES: ESGOTO TRATADO DE FORMA BIOLÓGICA
A água utilizada no Makenna deve ser devolvida tratada ao meio ambiente da região, que faz parte do projeto Tamar, de defesa das tartarugas marinhas. O proprietário do resort optou por biodigestores descentralizados para tratar resíduos orgânicos. O projeto é da ONG Instituto Ambiental, OIA, situada em Petrópolis, RJ. Ao todo foram construídos três biodigestores, cada um com três câmaras: a primeira é um tanque subterrâneo com cúpula, em que as bactérias digerem o esgoto em condições anaeróbias (sem oxigênio). Dali sai uma tubulação que se liga ao biofiltro, tanque subterrâneo (forrado com pneus) preenchido com casca de coco e coberto por terra e plantas. A água restante dessa segunda câmara vai para a zona de raízes, tanques de 3 x 3 m - rasos e também forrados com pneus, terra e vegetação. A água que sobra sai praticamente limpa e é utilizada para irrigação. "Trata-se de uma solução simples de manter e ecologicamente correta. E as plantas ajudam a absorver os nutrientes", conta Thilo Scheuermann.
A água utilizada no Makenna deve ser devolvida tratada ao meio ambiente da região, que faz parte do projeto Tamar, de defesa das tartarugas marinhas. O proprietário do resort optou por biodigestores descentralizados para tratar resíduos orgânicos. O projeto é da ONG Instituto Ambiental, OIA, situada em Petrópolis, RJ. Ao todo foram construídos três biodigestores, cada um com três câmaras: a primeira é um tanque subterrâneo com cúpula, em que as bactérias digerem o esgoto em condições anaeróbias (sem oxigênio). Dali sai uma tubulação que se liga ao biofiltro, tanque subterrâneo (forrado com pneus) preenchido com casca de coco e coberto por terra e plantas. A água restante dessa segunda câmara vai para a zona de raízes, tanques de 3 x 3 m - rasos e também forrados com pneus, terra e vegetação. A água que sobra sai praticamente limpa e é utilizada para irrigação. "Trata-se de uma solução simples de manter e ecologicamente correta. E as plantas ajudam a absorver os nutrientes", conta Thilo Scheuermann.
Muito bom essas informações, mas gostaria de saber se voce tem infotmações sobrea parte estrutural ( eng.civil), pois faço arquitetura e pegamos o Resort como nosso trabalho, e não estamos conseguindo muitas informações.
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