A Ópera é um elemento importante no planejamento da prefeitura de Guangzhou, cidade de 6 milhões de habitantes, para dinamizar as atividades culturais na região e atrair turistas. O projeto da edificação foi escolhido em um concurso internacional realizado em 2002, mas a equipe de Zaha Hadid só começou a elaborar o executivo em 2004.
No ano seguinte teve início a construção, concluída em 2010, quando foram realizados testes de acústica e segurança.
À beira do rio Guangdong (rio das Pérolas), o conjunto ocupa um lote entre edifícios culturais e arranha-céus do setor financeiro do bairro de Zhujiang.
“Como a Ópera seria alocada no centro de uma extensa zona em expansão, cujo plano diretor inclui espaços cívicos e torres comerciais, propusemos uma implantação que inclina suavemente a área livre em direção às duas edificações”, explica a arquiteta.
No ano seguinte teve início a construção, concluída em 2010, quando foram realizados testes de acústica e segurança.
À beira do rio Guangdong (rio das Pérolas), o conjunto ocupa um lote entre edifícios culturais e arranha-céus do setor financeiro do bairro de Zhujiang.
“Como a Ópera seria alocada no centro de uma extensa zona em expansão, cujo plano diretor inclui espaços cívicos e torres comerciais, propusemos uma implantação que inclina suavemente a área livre em direção às duas edificações”, explica a arquiteta.
A obra totaliza 73 mil metros quadrados construídos em um terreno de 42 mil metros quadrados, com ampla área livre e dois edifícios, ambos com salas de ensaio e apoio, espaços administrativos, lobbies e lounges, cafeterias e restaurante.
O prédio menor tem quatro pavimentos superiores e um subterrâneo, e auditório com 440 assentos. O maior conta com sete pavimentos superiores e quatro inferiores; nele se localiza a sala de concertos principal, com plateia para 1,8 mil pessoas e palco de 300 metros quadrados.
As pedras do rio moldadas pela erosão serviram de inspiração para a volumetria. “Na cultura chinesa, a ideia de seixos e rochas às margens de um rio é como uma metáfora, repleta de significados”, salienta Zaha.
Quando projetou o edifício, porém, a arquiteta não pensava em construir essa metáfora. “Queríamos realizar uma analogia da paisagem, de forma que as características da natureza pudessem se expressar na arquitetura. Um exemplo são as suaves linhas do terreno inclinado que penetram nos volumes da Ópera como curvas assimétricas, definindo as lajes de transição entre os pavimentos”, revela a autora.
No interior dos edifícios, essas linhas dividem-se no sentido vertical, delimitando os espaços secundários e configurando o perímetro das salas de concerto.
Comum nos projetos de Zaha, a assimetria resultante se justifica pela experiência anterior da arquiteta, para quem ela “dá real profundidade à acústica natural”.
A segurança da complexa estrutura dos edifícios foi garantida pelos arquitetos de Londres, que definiram previamente todos os detalhes construtivos, como as 59 juntas de aço que compõem o esqueleto do prédio principal.
Elas diferem umas das outras e, segundo Zaha, “foram fundidas em areia, como se fossem sinos medievais, mas montadas com precisão milimétrica a partir do uso de laser e de sistemas de posicionamento GPS”.
A acústica, porém, foi resolvida com o apoio de consultores locais, porque os requisitos de áudio em um espetáculo diferem entre o Ocidente, onde se explora a acústica natural da sala, e a China, onde o foco na dramaticidade permite a utilização de equipamentos de som.
Assim, dentro dos auditórios, a solução são painéis de gesso reforçado com fibra de vidro (GRG), que possibilitam a criação de uma superfície única com múltiplas dobras, e a aplicação de placas acústicas pontilhadas por elementos vazados, neste caso com medidas calculadas uma a uma.
O exterior dos dois prédios, por sua vez, é revestido com peças triangulares de granito moldadas de acordo com os vãos entre a estrutura. Placas triangulares de tessela ocupam a base dos edifícios, mas no maior deles foi usado granito cor de carvão com textura áspera, enquanto no menor, onde está o salão multiuso, foi aplicado um granito mais claro.
“Esses acabamentos texturizados reforçam nosso conceito geral, que remete a pedras erodidas, no caso do granito, e à água de um córrego, no caso das tesselas - é a manutenção da nossa linguagem arquitetônica, baseada na exploração das formas da natureza, na analogia da paisagem”, conclui Zaha.
Assim, dentro dos auditórios, a solução são painéis de gesso reforçado com fibra de vidro (GRG), que possibilitam a criação de uma superfície única com múltiplas dobras, e a aplicação de placas acústicas pontilhadas por elementos vazados, neste caso com medidas calculadas uma a uma.
“Nossa equipe procurou balancear os três parâmetros da acústica: a reverberação, a clareza e a pressão sonora, o volume. Na frente do auditório principal, porém, onde era necessário que a pressão sonora fosse atenuada, descobrimos somente in loco que, quanto mais profundos e próximos os furos, mais efetivos eles seriam em atenuar o volume”, explica Zaha.
Os painéis de GRG que compõem as paredes foram fabricados sob medida a partir de moldes de cera criados pelos empreiteiros, o que garantiu uniformidade de acabamento dentro da geometria dos auditórios. “Esses modelos foram diretamente produzidos a partir dos arquivos 3D de computador que nós fornecemos, assegurando total precisão no produto final”, diz a arquiteta.
No auditório principal, todas as placas são douradas, com acabamento acetinado, padrão que se repete no forro dos assentos, cuja estrutura é feita de cobre, mesmo material usado nas luminárias suspensas. A combinação resulta em um espaço confortável aos olhos, iluminado por minúsculos leds brancos.O exterior dos dois prédios, por sua vez, é revestido com peças triangulares de granito moldadas de acordo com os vãos entre a estrutura. Placas triangulares de tessela ocupam a base dos edifícios, mas no maior deles foi usado granito cor de carvão com textura áspera, enquanto no menor, onde está o salão multiuso, foi aplicado um granito mais claro.
“Esses acabamentos texturizados reforçam nosso conceito geral, que remete a pedras erodidas, no caso do granito, e à água de um córrego, no caso das tesselas - é a manutenção da nossa linguagem arquitetônica, baseada na exploração das formas da natureza, na analogia da paisagem”, conclui Zaha.
extraído de arcoweb.com.br
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